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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

AGENDA 21 ESCOLAR. A IMPLANTAÇÃO EM SEU MUNICÍPIO

 



   A escola é uma comunidade que tem influência efetiva não apenas dentro de seus muros, nos momentos de instrução a seus alunos, mas também em toda a comunidade formada pelos respectivos familiares e moradores de seu entorno.



 1. Esclarecimentos preliminares

1.1. O que é a Agenda 21?

 

   A Agenda 21 é um documento gerado a partir da Rio Eco-92 para implantação global, prevendo, em mais de 40 tópicos, as possibilidades de desenvolvimento sustentável para o planeta, onde se possa gerar desenvolvimento sem prejuízos à qualidade de vida do ser humano e às condições ambientais. Pode-se resumir essa filosofia no encaminhamento das condições de vida do planeta para um ambiente justo e saudável, com o equilíbrio perfeito entre o ser humano, a natureza e a economia, sem prejudicar o desenvolvimento e a qualidade de vida, e sem degradar o ambiente planetário.Esse mesmo documento prevê a implantação da Agenda 21 nacional, que deverá ser implementada, em cada país, observando-se suas características peculiares e, ainda, a Agenda 21 local que, em tese, deve ser implementada em cada cidade ou localidade onde exista um núcleo humano com necessidades de crescimento e de sustentabilidade ambiental e econômica, sem prejuízo da qualidade de vida e da degradação dos ecossistemas.

   As bases lógicas para a implementação das Agendas por país e por localidade são óbvias: não se poderá construir um mundo sustentável, saudável e com um ambiente protegido, sem que as respectivas ações nesse sentido tenham início nas bases dos habitantes que dominam o planeta e são capazes de transformá-lo para melhor ou pior, ou seja, os seres humanos. Daí a adoção do tão alardeado slogan: "pensar globalmente e agir localmente". A soma das boas ações locais vão produzir uma globalização condizente e correspondente.

   As agendas locais - Estados, municípios, regiões e comunidades - têm, portanto, papel fundamental na elaboração da agenda nacional. Partindo-se do microcosmo para o macrocosmo pode haver participação ativa de todas as comunidades, de todos os habitantes na criação de um plano de sustentabilidade maior e mais abrangente. Afinal, o ser humano, individualmente, é a célula da sociedade, que, por sua vez, forma uma nação, um país, e o planeta.



1.2. Porque Agenda 21 Escolar?

 

    A escola é uma comunidade que tem influência efetiva não apenas dentro de seus muros, nos momentos de instrução a seus alunos, mas também em toda a comunidade formada pelos respectivos familiares e moradores de seu entorno. A escola, em suas novas atribuições, estabelecidas passo a passo por técnicos do ensino, pode ser considerada o cérebro que comanda um corpo maior, constituído pelos lares dos alunos e pela comunidade em que está inserida, extrapolando em muito as estreitas divisas de seus muros e afetando diretamente a vida de um volume de pessoas extremamente maior do que o mero número de estudantes que a frequenta, sendo, por isso, também responsável pela avaliação crítica e física dos problemas sociais, pessoais e ambientais dos ramos dela derivados, e pela busca de auxílio em sua solução.



A escola é a base de formação do cidadão

 

   A escola é a responsável pela educação que influenciará na vida profissional, social e pessoal do aluno e em sua convivência familiar. A escola influencia e é influenciada pelos movimentos que agitam o seu entorno, como festividades, violência familiar e social, decisões da coletividade, desenvolvimento agrário, industrial e comercial, etc. Além disso, em muitas comunidades, a escola é o órgão ao qual os cidadãos recorrem, como se fosse um organismo de ajuda, apoio e resolução de problemas familiares ou sociais.

Desnecessário, por óbvios, destacar outros pontos de importância da escola na comunidade.

Portanto, nada mais útil e proveitoso do que se começar um processo de elaboração de Agenda 21 dentro do âmbito de atuação direta e indireta da escola.



2. Agenda 21 Escolar

2.1. O que é a Agenda 21 Escolar?

 

    A Agenda 21 escolar é a formatação do texto base da Agenda 21 local para aplicação no meio de influência da escola, tanto nos recintos escolares, como no meio familiar e social onde tal influência é exercida. Visa, da mesma forma que as demais agendas, a sustentabilidade social e econômica, atendendo às necessidades humanas para uma vida digna e a proteção do meio ambiente, tanto o ambiente utilizado pelos cidadãos, como formados pelos ecossistemas da região.



2.2. Requisitos Básicos da Elaboração da Agenda 21 Escolar

 


  • A adoção de uma metodologia de trabalho que deverá ser buscada por consenso entre representantes do estabelecimento escolar, dos alunos, da coletividade em sua área de influência, do poder público e de organismos não governamentais, voluntários, técnicos, líderes comunitários e religiosos, em reuniões previamente designadas para tanto;
  • A realização de pesquisas para apuração dos problemas existentes na área de atuação da agenda, englobados os problemas de saúde da população local, de degradação do meio ambiente ou riscos ambientais, de segurança, problemas sociais diversos como desemprego, alcoolismo, uso de drogas, etc.;
  • Avaliação técnica, por pessoal habilitado, e consenso popular, através de reuniões, das soluções para estancar, reverter ou pelo menos amenizar os problemas, buscando os meios de sustentabilidade econômica da população, a melhora de sua qualidade de vida e a melhoria ambiental, com preservação de áreas, criação de novas áreas, saneamento, melhoria dos elementos já implantados, e, essencialmente, educação de cunho social e ambiental;
  • Apuradas as ações necessárias, verificar os respectivos custos e os meios de financiamento;
  • Envolver o poder público, através das negociações necessárias, para que solucione ou busque soluções para os problemas que são de sua exclusiva atribuição, e para que colabore na solução de outros, que estejam dentro de suas possibilidades governamentais
  • Mobilizar os setores da sociedade que de alguma forma possam auxiliar na concretização dos projetos relativos à solução dos problemas apurados;
  • Dar andamento às ações de correção, reversão e erradicação de tais problemas.



2.3. Elaboração prática da Agenda 21 Escolar

 

 1.º passo: Realização de fórum, convocado de maneira oficial, para início dos trabalhos de implementação da Agenda 21 do estabelecimento educacional em que for implantada. Nesse fórum deverão ser escolhidos os participantes da respectiva comissão, que será presidida por um Coordenador Técnico, com o resumo dos trabalhos anotados por um relator. A comissão deverá contar, na medida do possível, com elementos da escola - tanto do corpo discente como do corpo docente -, da comunidade, do poder público, das lideranças locais, entidades não governamentais, etc.


2.º passo: buscar a participação popular para o fórum e as reuniões periódicas da agenda, para o auxílio na detecção de problemas e em sua erradicação ou minimização. Buscar o auxílio dos órgãos da imprensa, para apoio educacional e jornalístico e de órgãos do poder público ligados aos problemas apontados;


3.º passo: promover ações dentro da escola, com os alunos, na pesquisa das situações prejudiciais ou degradantes e na elaboração de concursos, como redação e poesia sobre temas correlatos, como, p.e., "como gostaria de ver minha escola e meu bairro daqui a 10 anos"; gincanas educativas e construtivas, jogos cooperativos, atividades que possam despertar o sentimento de amor pela comunidade e de patriotismo, como ações voluntárias de ajuda a doentes, deficientes, desempregados, etc;


4.º passo: trabalhar com ações práticas e economicamente viáveis, dentro de um processo de educação ambiental entrelaçado com criação de hortas comunitárias, ou hortas individuais, coleta seletiva de lixo e comercialização do lixo reciclável, cursos sobre compostagem dos resíduos orgânicos e sua aplicação nas hortas, comunitárias ou individuais, saneamento e tratamento de resíduos nas áreas rurais, etc;


5.º passo: identificar os temas que serão incluídos no documento inicial a ser elaborado pela comissão escolhida e que se chamará "Agenda 21 Escolar da Escola .....", devendo esses temas ser identificados pela comissão e pela comunidade participante do fórum. Os temas não deverão ultrapassar a dez ou doze, para que não se impossibilite a realização de tarefas em todas as frentes. É conveniente que sejam escolhidos especialistas ou professores das respectivas áreas para que, de início, façam um relatório da situação atual da comunidade a ser trabalhada, ou seja, o cenário inicial dos trabalhos, assim como um cenário do passado e uma projeção de um cenário ideal em um determinado prazo - 10 anos, por exemplo, dando publicidade desse levantamento;


6.º passo: elaboração de projetos e/ou planos estratégicos, ou seja, a discriminação, passo a passo, das atividades necessárias à realização dos objetivos previstos em cada um dos temas selecionados para a agenda, com cálculo de custos, de recursos materiais e humanos;


7.º passo: finalmente, a implementação prática, etapa por etapa, daquelas previstas nos projetos e/ou planos estratégicos, angariando os recursos necessários dentro do plano de ação e atendendo às necessidades da etapa em andamento.



2.4. Acompanhamento dos trabalhos

 


I - Reuniões dos Coordenadores das Agendas 21 Escolares implantadas, periodicamente, sugerindo-se que isso ocorra de três em três meses, para troca de informações e experiências, que serão levadas aos respectivos fóruns permanentes;

II - Realização periódica de Seminários e Cursos de Atualização e Capacitação para os participantes efetivos dos fóruns permanentes de debates, e demais interessados, buscando envolver o pessoal dos órgãos governamentais, como o Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Secretarias Municipais de Educação, Planejamento, Saúde, Social, órgãos de Infância e Adolescência, etc.



2.5. Lembrar-se de que:

 


  • A agenda deverá ter sempre em mira a sustentabilidade econômica da comunidade, a preservação e implementação de áreas de preservação e os respectivos cuidados, o cunho permanente de educação individual, familiar, social e ambiental, interligados dentro das ações previstas na agenda; o trabalho cooperativo, a criação de núcleos de apoio social, o fortalecimento das instituições oficiais e de liderança da comunidade;
  • A agenda 21 nunca termina. Ela é sempre reconstituída, reconstruída, repassada, corrigida dentro dos fóruns de discussão e de acordo com a avaliação dos rumos dos trabalhos, as fontes de financiamento, as parcerias, novos problemas que possam surgir, novas soluções encontradas, etc;
  • Os fóruns de discussão são permanentes, devendo a periodicidade ser decidida pela respectiva comissão, e nele deverão ser sempre revistos e repassados os trabalhos do período. Além disso, deverão estar sempre abertos à participação de todos os membros da comunidade, do poder público, da imprensa, de entidades de apoio, de patrocinadores, enfim, do todo a que pretende servir e de quem recebe apoio humano, material ou financeiro;
  • A agenda poderá ter início com ações de menor impacto, dependendo de suas possibilidades, e enriquecida posteriormente pela experiência dos participantes, do aumento do grupo, de maiores patrocínios, de maior apoio dos órgãos de política pública, etc.

    O sucesso da implantação da agenda 21 escolar em cada município depende apenas do empenho com que as pessoas que a apoiarem,no âmbito de influência de cada escola, se disponham a aplicar em benefício da comunidade escolar e da comunidade influenciada, doando-se em puro ato de amor aos alunos, familiares e coletividade, e ao povo, à nação, ao país e, por extensão a todo planeta terra - nosso lar comum na imensidão infinita do cosmos. As mãos que se puserem á obra plantarão milhares de sementes para reflorestar a vida.


Fonte: www.ambientebrasil.com.br

ATIVIDADE COM GARRAFA PET - RECICLAGEM E BOTÂNICA

Reciclagem de pet
Vaso pet com Manjericão
Atenção professores! Esta atividade é bem legal e você deve fazer essa atividade com a criançada! Isso mesmo! Conte com a participação delas para realizarem essa atividade educativa, porque além de fazerem o próprio vaso, vão aprender a cultivar uma planta e serão responsáveis pelos frutos colhidos, ou melhor, pela cebolinha, salsinha, hortelã, alecrim ou qualquer outra planta que quiserem plantar. Uma dica é o manjericão que é muito resistente e será muito bom para aquela pizza marguerita! Tenho certeza que os pequenos vão adorar essa atividade super legal.Você poderá trabalhar de maneira interdisciplinar com seus alunos como temas de botânica, ciências, ecologia, nutrição (temperos), arte, enfim, muitos temas poderão ser abordados durante esse processo de ensino-aprendizagem, mas tome CUIDADO com o acesso das crianças com materiais cortantes e com a cola quente. 
Faça você essa parte!


Materiais necessários

  •  Garrafa pet vazia e limpa;
  • Tesoura sem ponta;
  • Olhinhos para boneca (você encontra nos melhores armarinhos ou casas de artesanato);
  • Cola quente (na hora de usar a cola não deixe que as crianças colem e faça você o trabalho de colagem);
  • Terra e adubo orgânico;
  • Brita ou pó de brita para drenagem da água;
  • Semente de qualquer erva ou tempero. Se desejar, pode plantar flores ao invés de ervas ou mudas de hortaliças.

Como fazer a atividade educativa  Reciclagem com pet para crianças

1 – Com o auxílio da tesoura, pegue a garrafa pet vazia e limpa e recorte-a conforme a imagem abaixo:

Corte a garrafa
Corte a garrafa

2 – Depois de recortá-la, cole com cola quente um par de olhinhos para boneca e a tampa da garrafa. A tampa será, digamos o nariz do vaso.



Cole os adereços
Com a tampa da garrafa e os olhinhos de boneca cole esses adereços

3 – Faça três ou quatro furos pequenos no fundo do vaso para auxiliar na drenagem da água que for jogada sobre o cultivo daquilo que vocês vão fazer posteriormente.

4 – Com o vaso pronto, coloque no fundo do mesmo um pouco de brita ou pó de brita. Depois, coloque a mistura de terra e adubo por cima e enterre o torrão da muda que desejar cultivar até cobri-lo totalmente.

5 – Afofe com as mãos em torno do torrão e complete com um pouco mais de terra até próximo a borda. Regue pouco diariamente!



Coloque terra e plante
Terra adubada e vaso pronto é só plantar e regar todos os dias!


   Gostou da dica acima? Apostamos que a criançada vai adorar aprender brincando e cultivar todo dia seu vasinho!

   Continuem nos acompanhando no nosso Blog, teremos muitas novidades para você! Até mais!







In Revista Artesanato

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DISCURSO DO PATRONO - GESTÃO PÚBLICA UNIMÓDULO/UNICSUL 2009



Formanda Ghislayne Lobato e Professor  Luiz  José


Saudações! 
    Queridas formandas e queridos formandos, colegas do magistério, gestores da instituição de ensino, funcionários e familiares presentes.
Quando o José Olímpio, o "Lili", representante de sala me telefonou comunicando que eu havia sido escolhido como patrono desta primeira turma em Gestão Pública, fiquei muito alegre e honrado.
Pensando então no que dizer a vocês, jovens e também não muito jovens, que hoje recebem o grau de Tecnólogo em Gestão Pública, instintivamente fui levado a pensar no discurso de minha própria formatura há quase dez anos atrás e um bom tempo depois do meu primeiro discurso a mais de vinte anos também. Sei da importância que representa este dia à maioria de vocês.
Como sou um otimista, minha atenção foi trazida imediatamente para a principal atuação acadêmica proporcionada no curso que, por este ato solene se encerra como a última aula a vocês ministrada. Esta principal atuação se deu pela reconquista do efetivo exercício da cidadania.
Temas como a ausência da participação popular nas decisões dos investimentos e no trato da rés pública devem, a partir de agora estar enraizado como uma fonte de disseminação de que o poder é do povo e que o Estado exerce tal poder em seu nome. Longe daqueles instrumentos de torturas, desaparecimentos, exílios e censuras que não são hoje mais objeto de preocupação. Nossa preocupação é trazer do limbo a vontade popular manifestada por atos contínuos e não somente em épocas de eleições. Oxalá, não haveremos de esmorecer nessa empreitada.
Como Patrono, devo passar a vocês, formandas e formandos, alguns ensinamentos úteis para a nova fase da vida. Vindo hoje de casa, onde estava cortando meu gramado, pensei em enaltecer as virtudes do uso do filtro solar, mas acho que poderia ser acusado de plágio. Vou, então, ousar dar outros dois conselhos a vocês.
O primeiro é que tenham sempre em vista a dimensão do país em que vivem. Esta cerimônia marca a culminação de um processo. e todos de vocês o mereceram chegar aqui depois de muito estudo, de muito esforço pessoal e de seus pais, familiares e amigos, que os apoiaram material e emocionalmente.
Mas há uma quantidade enorme de brasileiros que não tiveram a mesma sorte. Mais grave, apesar de alguma melhora, nosso país continua a gerar desigualdade social em proporções jamais vista e por muitos de nós, também brasileiros com problemas e preocupações, muito maiores do que nosso estágio de desenvolvimento material justificaria.
Nesse aspecto o avanço, desde a promulgação da Constituição de 1988 ainda está muito a desejar. Cabe a todos nós, e, a partir de agora, muito também a todos vocês, fazer com que possamos mudar essa realidade vergonhosa.
Muitos dentre os que aqui estão e se formam hoje trabalharão diretamente com formulação de políticas públicas que poderão afetar diretamente as desigualdades sociais, a pobreza e a miséria. Outros trabalharão em empresas, instituições e, também espero, em universidades. Seja onde for, é muito provável que o trabalho de vocês como gestores públicos os coloquem frente à oportunidades de melhorar o quadro social ainda deplorável de nosso país. É importante que vocês, a elite anti-intelectual, nunca percam de vista esta missão.
O segundo conselho é que aproveitem muito bem a vida profissional que ora se inicia. Na formatura de Tecnólogo em Gestão Pública fez-se aqui uma citação de Marcus Tullius Cícero e aproveito a oportunidade para fazer outra citação do mesmo filósofo, orador e político romano que também achei muito apropriada para formatura deste curso e dos demais: "Não basta adquirir sabedoria; é preciso, além disso, saber utilizá-la".
Meus ex-alunos, vocês bem sabem que sou um apaixonado pelas questões públicas, além do meu time o Corinthians é claro. Acho ambos empolgantes, embora nem sempre consigam os resultados desejados. 
Vocês aprenderam a compreender o funcionamento da máquina pública de uma forma um tanto distinta do que teriam caso não tivessem se dedicado ao estudo da Gestão Pública. Chamamos isso de “aprender a pensar como e pela sociedade”. Essa forma de pensamento envolve várias dimensões. Entender as consequências orçamentárias públicas e das diversas decisões é um dos principais requisitos de saber “pensar pela sociedade”. Exemplos acontecem todos os dias pelos jornais e telejornais. Vivemos um momento de crise internacional comparada ao “Crash” de 1929 no século passado. O Senado Federal é palco de notícias como essa: “Senado tem diretorias para cuidar de garagem e check in de parlamentares” - Casa refez contas nesta quinta-feira e admitiu que há 181 diretorias. José Sarney (PMDB-AP) disse que vai cortar número pela metade. Nós temos no senado federal, 81 senadores.
Meus ex – alunos, num trecho de seu rap, Mano Brown diz: A gente sonha a vida inteira e só acorda no fim."
Todos nós sonhamos com um país justo, sem violência, com oferta de emprego, sem poluição, com saúde digna, educação encarada como investimento, sem desigualdades sociais e sem déficit habitacional.
Cabe a nós gestores prover a sociedade de mecanismos para que o fim desse sonho esteja mais próximo; para que o Brasil possa prosseguir no rumo que queremos — com democracia, com crescimento econômico, com mais justiça social — é imprescindível que nós, municiemos a sociedade da informação, provocando políticas de ordem participativa em sua rua, seu bairro, nos conselhos municipais, no terceiro setor, na iniciativa privada e principalmente nos organismos públicos e não exclusivamente por pseudos salvadores da pátria ou grupos corporativos.
     Ao completar esta fase de sua formação profissional, que desejo vá ser complementada por estudos em nível de pós-graduação, vocês passam a dispor de um poderoso instrumental técnico que os habilita a enfrentarem importantes desafios profissionais. Procurem sempre usar da melhor forma o instrumental que foi colocado à disposição de vocês para responderem a tais desafios com seriedade, com criatividade, sem dogmatismos e, sobretudo, com muita dedicação. Nunca deixem de encarar um desafio profissional por o acharem muito trabalhoso ou complicado. O remorso de não ter tentado é geralmente muito pior do que a eventual frustração por não ter conseguido. Vocês têm um Brasil à sua frente, cheio de oportunidades. Nesse caminho que hoje se inicia, podem contar sempre com esta casa e estes professores para apoiá-los.Desejo a vocês boa sorte e muito sucesso!
Meu muito obrigado pela homenagem.

Professor Luiz José Alves de Campos Discurso de Patrono - Formatura da turma de Gestão Pública Unimódulo / Unicsul - Campi Caraguatatuba Turma 2008. 21/03/2009

OBS: O Curso Tecnologia em Gestão Pública foi avaliado com a nota 4 pelo MEC.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A AUTOAVALIAÇÃO DO PROFESSOR



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Compreender a Si Mesmo é Preciso
"A autoalienação começa quando acreditamos em tudo, sem questionar nada..."
O que valoriza o Docente...

  
 A rede particular não promove concursos para escolha do corpo docente, e é criteriosa  na  hora da  seleção. As escolas avaliam currículos, fazem entrevistas detalhadas e observam as aulas ministradas pelos candidatos. O mínimo que esperam do professor é que domine o conteúdo de sua disciplina saiba planejar bem suas aulas e consiga avaliar seu aluno de maneira global. Mais isso não é tudo.
  O Professor não baseia mais suas aulas  unicamente no  livro didático. Comentários sobre reportagens vistas pela turma no telejornal do dia anterior  ou a análise das razões que levaram um aluno a praticar um ato de violência podem ser igualmente enriquecedores.
  Para dar conta de atividades como essas, o professor precisa estar muito bem preparado.
  A seguir, eis algumas características e alguns requisitos referentes à prática do professor que são importantes nos dias atuais.


Faça também o seguinte teste para uma Autoavaliação:


Professor fique de Olho no Seu Futuro Profissional!
Experiência Anterior

As escolas evitam contratar o professor que passa um ano em cada emprego, mudando constantemente de metodologia. Permanecer em uma escola o tempo suficiente para propor um trabalho e concluí-lo é essencial.
Conhecimento de Informática

Na maioria das escolas particulares, desde a Educação Infantil as crianças têm aulas em laboratórios de informática. 

Não basta saber operar um computador. É preciso utilizá-lo como uma ferramenta no desenvolvimento de habilidades e para enriquecer as aulas das diversas disciplinas do currículo.
Leitura Variada

Ser bem informado é requisito básico para qualquer professor. Como fonte de informação, considere revistas, jornais e livros de literatura (essenciais para a formação cultural).

Obras sobre Educação são um capítulo à parte. 
Por meio desse tipo de leitura o docente pode se atualizar profissionalmente, conhecendo novas metodologias e os resultados das últimas pesquisas em sua área.
Atualização Constante

É importante estar sempre se reciclando por meio de cursos ou da participação em congressos e seminários. Os temas podem ser relacionados à disciplina específica lecionada pelo professor ou mesmo a assuntos mais gerais.

Nesse ponto entram temas como a influência da TV sobre os jovens, a gravidez na adolescência, a sexualidade e as drogas.
Postura Pessoal

Bom relacionamento com os colegas é fundamental. Nesse ponto se inclui a capacidade de trabalhar em equipe. 

O professor deve ter facilidade para estabelecer relações entre seu trabalho e dos colegas. Só assim a escola poderá obter bons resultados em projetos interdisciplinares.
Domínio de Classe

O Professor deve saber estabelecer regras junto com sua turma. 

Cabe a ele fazer valer essas regras de maneira justa e democrática. 


É preciso mostrar aos estudantes as consequências de suas atitudes na classe, na escola ou na sociedade.
Características Pessoais

De acordo com a linha da escola, será pedido um perfil do professor. Se a escola for católica, escolherá o professor que dá importância a valores como a solidariedade. Se for tradicional, escolherá um professor de postura mais rígida.

Porém, há características valorizadas de maneira geral, como a criatividade, o dinamismo, a flexibilidade e a capacidade de adaptar-se a mudanças.
Domínio de Línguas

Saber Inglês, principalmente para facilitar o acesso a fontes de informação diversificadas, inclusive a Internet, tem sido cada vez mais importante. 

Fundamental, no entanto, é falar e escrever corretamente o Português.

PUJANTE POVO CAIÇARA




Nicia Guerriero
Caiçaras de São Sebastião - SP - Foto de Nicia Guerriero - 1999

   Caiçara é palavra cuja origem tupi, kaai’sa, pode  significar “cerca de ramos", fortificação para vedar o trânsito” foi amplamente usada  para  designar  as paliçadas de proteção às tabas indígenas. Em diversas regiões a mesma  palavra tem outros significados, todos relacionados com o uso de varas e cerca: “cercado de madeira feito à margem do rio ou igarapé; armadilha para apanhar peixes, feita com ramos de árvores postos dentro d’água (cerco); abrigo ou esconderijo onde fica emboscado o caçador; pescador praiano”.(Houaiss, 2000).
   Caiçara é também aquele que usa a cerca de varas (no rio, na casa). Ser caiçara é também ser consciente de sua origem. “Os primeiros brasileiros surgiram da miscigenação genética e cultural do colonizador português com o indígena do litoral, ocorrida nas quatro primeiras décadas, a qual formou uma população de mamelucos que rapidamente se multiplicou (....) moldada, principalmente, pelo patrimônio milenar de adaptação à floresta tropical dos Tupis-guaranis (....) gerando, posteriormente, um contingente mestiço de índios, brancos e negros, que viria a constituir o povo brasileiro” (Ribeiro, 1987). É dessa amálgama de raças que surge o caiçara, típico representante do litoral paulista, e cada pescador nativo se considera, orgulhosamente, seu digno representante. Verdade seja dita que o termo “caiçara” tem, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, um significado banal injustamente pejorativo: o caipira, matuto e vagabundo homem da praia. Significado semelhante encontrou no município de Itanhaém para o termo “tabacudo” - homem simples, abobalhado, sem instrução - como são chamados os caiçaras dessa região. Este caráter pejorativo e também a humildade característica do praiano fazem com que as populações caiçaras urbanas sofram certo preconceito de classe social quanto à sua origem. O caiçara que Dona Iolanda Serra retrata nas suas histórias é o mesmo homem que Seu Zé Carvalho (natural de Rio Verde, no maciço da Juréia-Itatins) nos apresentou nas suas histórias de pescarias e cercos. É uma gente simples, acostumada ao trabalho árduo de sol a sol, que se rege pelas fases da lua para determinar o melhor momento para plantar, pescar, caçar. Este povo praiano, em perfeita harmonia com o meio que o cerca,usa o mar como mercearia e geladeira, coleta na mata todos os seus medicamentos, cultiva a terra da planície litorânea fazendo-a produzir a contento apesar da “muita areia e pouca fertilidade” dos solos da restinga. Traço cultural muito interessante do caiçara é a sua habilidade no manejo da terra. Tal e qual seus ancestrais indígenas, este povo observa preceitos antigos que garantem a sustentabilidade do solo produtivo. Na cultura caiçara verificamos sempre o respeito pela necessidade de “pousio” do solo – tempo de descanso prolongado para recuperação da fertilidade -, o uso de todos os artifícios naturais para melhor preservar os fatores produtivos; o plantio direto sobre o restolho, na coivara de tocos que mantêm a umidade natural; a escarificação leve que não agride a cama da semente. Estas medidas também são características em outras comunidades tradicionais e - não se pode deixar de dizer – pertencem à rotina de camponeses, pequenos agricultores e pescadores artesanais, enfim daqueles que fazem a sua vida do dia-a-dia na força do braço, no trabalho artesanal. O povo caiçara é assim: simples no viver, direto no sentir e no falar. Entre os mais idosos ainda é forte a característica da “falta de ambição”: este desprendimento de riquezas e de bens materiais, esta capacidade de viver bem em condições extremas, o não prever ou se preocupar com o amanhã. Não que este povo sofrido tivesse outras oportunidades melhores e as deixasse de lado por puro desprendimento, não. Trata-se sim, de uma arte muito do caiçara, do praiano, de viver bem com o tanto que a natureza lhe dá. Uma análise mais aprofundada nos dirá que, com certeza, uma cultura assim estruturada não tem competitividade suficiente para sobreviver às imensas pressões da sociedade moderna. É neste embate que a cultura caiçara vai se perdendo, cortando o contato íntimo com suas raízes autênticas – os ensinamentos indígenas que possibilitaram a sobrevivência dos primeiros portugueses nas matas litorâneas; as adaptações portuguesas da tecnologia necessária à manufatura de alimentos, canoas e redes; o uso das ervas medicinais na cura de todos os males. As características mais clássicas de um povoado caiçara - aqueles que existiam neste litoral até as décadas de 1940-50 e ainda vivem na memória e nas saudades dos mais idosos - eram as de um grupamento desordenado de casas, isoladas umas das outras, escondidas entre a folhagem e protegidas do vento pela vegetação da orla da praia. Na região estudada, até a década de 1960 os bairros mais distantes do centro da vila ainda mantinham estas características. O Suarão, em Itanhaém, era um bairro muito arborizado, com árvores nativas,intercaladas por eucaliptos e árvores frutíferas, onde as crianças brincavam, entre as casas, em terrenos amplos, varridos, sem distinção de limite de propriedade. As divisas eram marcadas por uma árvore especial, mais alta, mais imponente, ou por um riacho que atravessava o terreno. Assim nos conta também a pesquisadora Cristina Adams que estudou inúmeras comunidades do litoral paulista: “Apesar da propriedade ser privada, ela não era cercada e as trilhas permitiam o acesso de todos ao espaço caiçara. A praia era o centro da vida caiçara e ponto de articulação com o mundo exterior. O caiçara se distinguia pela praia a cujo grupo pertencia e a solidariedade entre seus membros era importante fator de equilíbrio, mesmo não sendo regulada por nenhuma organização ou instituição” (Adams, 2000). Neste litoral de praias amplas e mar batido os núcleos de povoamento caiçara, frequentemente, eram formados em locais estratégicos e de história antiga – Itanhaém, Peruíbe, Iguape, Cananéia – pontos de referência no litoral sul do estado. Sempre havia uma razão de ser para cada uma das comunidades caiçaras. Hoje, as praias, todas povoadas, são cortadas por loteamentos e povoações sem tradição. A região escolhida para esta pesquisa abrange os municípios de Itanhaém e Peruíbe com suas praias longas - Praia Grande, Praia de Peruíbe, Praia do Una - e antigos núcleos caiçaras: Vila de Itanhaém, Suarão, Camboriú, Rio Acima, Guaraú, Peruíbe, Parnapoa, Vila Barra do Una, Praia do Una. Ilha Comprida: uma só praia-ilha, que se alonga de norte a sul, com pequenas comunidades caiçaras escondidas na proteção do jundu, nas margens do Mar Pequeno, entre elas, Juruvaúva, Trincheira e Pedrinhas, que são relativamente recentes, do século XX, com 50 a 80 anos.

Despescando o Cerco (caiçara) - Piaçaguera - SP - Foto Instituto Ernesto Zwarg

   O município de Iguape, caiçara por excelência com as comunidades de: Vila de Iguape, Peropava, Itimirim, Prelado, Vila Barra do Ribeira, Icapara, Mumuna, Jaerê, Subaúna; e o município de Cananéia: a própria vila de Cananéia, Prainha e São Paulo Bagre e a Ilhado Cardoso (Ipanema, Pereirinha, Cambriú, Foles, Ilha da Casca, Marujá, Ariri). Estes nomes compõem o litoral sul do estado de São Paulo. São estas as comunidades caiçaras mais representativas culturalmente. A riqueza cultural do caiçara está na sua imensa capacidade de adequar conhecimentos antigos, ancestrais até, de outros povos e origens muito distantes - europeia, indígena, africana – gerando condições objetivas de sobrevivência para pequenas comunidades em regiões de pouca riqueza e investimento institucional. Com criatividade e habilidade o caiçara se amoldou ao meio sem grandes conflitos ambientais. Convivendo com a Mata Atlântica, o caiçara recuperou antigos conhecimentos indígenas sobre o uso das plantas, medicinais e alimentares, aprimorou a técnica do entalhe em madeira para construção de canoas e casas de moradia.Aplicou a técnica agrícola mais apropriada ao clima e solo da região de restinga – solos pobres e rasos – garantindo assim uma rotatividade maior de colheitas. Esta técnica indígena, conhecida como coivara ou roça de toco, é amplamente difundida em todas as regiões brasileiras onde predomina a agricultura de subsistência. Basicamente a coivara é uma técnica de manejo do solo adaptada à mais ou menos lenta rotatividade de cultivos, à queima do restolho para reposição de minerais e controle de pragas e à manutenção da cobertura vegetal. O uso da queima sem retirada dos restos promove um acréscimo da matéria orgânica resultante do corte – folhagens, galhadas, tocos - e ajuda na manutenção da drenagem mais adequada, impedindo ou dificultando os processos de lixiviação do solo e na reposição de nutrientes a estes solos, naturalmente pobres.Como povo constituído de lavradores-pescadores, o caiçara já pescava para sua subsistência muito antes do advento do barco a motor (1930, de origem japonesa), pois a pesca no litoral ainda é feita com aparelhos de origem tanto indígena quanto portuguesa:as canoas de um pau só, cercos e covos (indígenas) e as redes de lanço e arrasto (de origem portuguesa). Sua cultura pesqueira tem a mesma idade das suas origens, pelo menos 300 anos de luta árdua pela sobrevivência. Nas mãos caiçaras as terras litorâneas produziam tanto mais que abasteciam os mercados de Iguape e Santos com seus produtos básicos – arroz, mandioca, cestaria, cerâmica.Ao recontarmos os casos caiçaras e ao retratarmos seus personagens identificamos características culturais desse povo. E desta forma ajudamos a resgatar sua memória cultural e sua verdadeira História.

    
Maricultora da Praia da Cocanha - Caraguatatuba - SP - foto de Luiz José - 2012
uma alternativa para a sobrevivência do Caiçara 



Uma foto no Flickr
Comunidade Caiçara da Ilha do Cardoso - Cananéia - SP - Foto Internet



Crianças segurando uma rabeca em construção, área rural entre
Iguape e Cananéia, 1982 (foto: Kilza Setti)