Introdução
As
|
histórias em quadrinhos (HQs) são um tipo de
arte feita por artistas com talento muito especial, pois misturam texto e
desenho de maneira única. A diversidade de formatos, de histórias e de
personagens das HQs é enorme. As bancas de revistas refletem bem essa
realidade, pois é nelas que podemos encontrar todo tipo de publicações com
histórias em quadrinhos, de vários lugares de mundo. 1
O desenhista brasileiro
Maurício de Sousa mostra a crianças uma pintura com personagens da Turma da
Mônica na exposição “História em Quadrões”.
J.
Freitas/ABr (http://creativecommons.org/licenses/by/2.5/br/legalcode)
Creative
Commons Attribution 3.0 (Generic)
Há bastante diferença
entre uma história em quadrinhos e uma tira de quadrinhos. A história geralmente
é mais complexa e elaborada, sendo publicada em revistas ou livros. Quando a HQ
é mais elaborada, com desenhos mais artísticos e texto mais abrangente,
costuma-se chamá-la pelo nome inglês graphic
novel (expressão que, traduzida literalmente para o português, seria
“romance gráfico”). Já a tira de quadrinhos é mais simples, consistindo numa
sequência simples de poucos quadrinhos (geralmente cinco, no máximo), um ao
lado do outro. Raramente constitui uma história completa, sendo quase sempre
uma piada contada em poucos quadros. O autor tem de ser bem sintético, para
conseguir o máximo de conteúdo em pouco espaço, enquanto na HQ o artista pode
se estender indefinidamente, a critério da editora que a publica. Quase sempre
a tira é publicada apenas em jornais.
História
Há quem diga que as
histórias em quadrinhos surgiram há milênios, mas não com esse nome,
naturalmente.
No Egito antigo, há
cerca de 3 mil anos, as pessoas faziam muitos desenhos, às vezes em sequência,
contando uma história. O povo maia, da América Central e do México, desenhava
histórias em longas tiras de papel e até em tapetes. A mesma coisa faziam
franceses e ingleses da Idade Média, em tapeçarias. Em igrejas antigas, os
vitrais funcionavam como histórias em quadrinhos de passagens da Bíblia. Na
Inglaterra, por volta do ano de 1600, sequências de ilustrações narravam
acontecimentos reais e tinham como principal tema execuções de criminosos. Mas
ainda demorou bastante para se tornarem as histórias em quadrinhos como as
conhecemos hoje. Em nenhuma dessas maneiras de contar histórias por meio de
imagens havia os balões de diálogos ou de pensamentos que existem hoje nas HQs.
Há controvérsias sobre
qual teria sido a primeira HQ publicada em material impresso. Alguns estudiosos
indicam o artista suíço Rudolph Vieux, que em 1827 publicou uma curta história
chamada “O senhor Madeira-Velha” (“M. Vieux-Bois”, no original). Os quadrinhos
estavam dispostos um lado do outro, com legendas contando a história abaixo de
cada um deles. Em seguida veio Juca e Chico (Max und Moritz), do alemão Wilhelm
Busch, em 1865, cujas legendas eram traduzidas no Brasil pelo poeta Olavo
Bilac. Geralmente esta é considerada a primeira HQ, por ter características
mais modernas, como a maior extensão e o fato de ter constituído uma série.
Já nessa época apareceu
na imprensa o trabalho pioneiro das histórias em quadrinhos no Brasil. Em 1867,
o artista Ângelo Agostini, nascido na Itália, publicou a história “As
cobranças” e várias outras na revista O Cabrião, de São Paulo. Como seus
precursores, Agostini colocava legendas abaixo de cada quadrinho para contar a
história. Em 1869, começou a trabalhar com um personagem fixo em várias
histórias, com o nome de As aventuras de Nhô Quim. Depois criou o personagem Zé
Caipora, cujas aventuras desenhou até 1906.
A primeira história em
quadrinhos a trazer balões para exprimir o que os personagens diziam foi O
Menino Amarelo (Yellow Kid), publicada em 1895, em Nova York, da autoria de
Richard Fenton Outcault.
Por volta do fim do século
XIX, as revistas começaram a se popularizar como meio de comunicação e
informação. No início, além dos textos elas traziam caricaturas e charges. Logo
se popularizaram as tiras de quadrinhos. E, na década de 1930, surgiram as
histórias em quadrinhos americanas que traziam como personagem principal um
super-herói. Apareceram personagens importantes como o Super-Homem, Batman, o
Capitão América e outros, e assim as revistas de histórias em quadrinhos se
tornaram importantes no mercado editorial. Personagens de Walt Disney, como
Mickey e Donald, que se tornavam populares nos desenhos animados e nas tiras
publicadas em jornais, também ganharam revistas de grande vendagem com as
histórias de suas aventuras em quadrinhos.
Atualmente existem
muitos profissionais envolvidos na produção de histórias em quadrinhos. No
Brasil, as HQs de maior sucesso produzidas são as da Turma da Mônica. No
início, Maurício de Sousa, o autor dos desenhos, fazia tudo sozinho, mas aos
poucos seu trabalho alcançou tamanha receptividade e tanta demanda que já não
conseguia trabalhar sozinho. Hoje, conta com equipes de desenhistas que fazem
os quadrinhos da Turma da Mônica no estilo do próprio Maurício. Fenômeno
semelhante aconteceu com o personagem Menino Maluquinho e sua turma, criações
do cartunista Ziraldo, que tanto chegaram a ser publicados em tiras de jornais
como apareceram em histórias completas em revistas e livros.
Do outro lado do mundo,
no Japão, um outro tipo de histórias em quadrinhos foi criado, o mangá. Os
desenhos têm traços bastante específicos, fáceis de reconhecer, com olhos
grandes e cabelos esvoaçantes. Os desenhos têm muitos detalhes, apesar de a
maioria das revistas em quadrinhos ser em preto e branco.
Balões
Um dos fatores que
caracterizou as histórias em quadrinhos foi o surgimento dos balões para
indicar o que os personagens diziam ou pensavam. Esses balões são espaços
irregulares, como se fossem recortes com palavras, sobrepostos às imagens
desenhadas.
Depois do surgimento de
O Menino Amarelo, a primeira série a fazer uso extensivo de balões nas
histórias em quadrinhos foi Os sobrinhos do capitão, em 1897, do americano
Rudolph Dirks, com desenhos de H. H. Knerr.
Há vários tipos de balão
nas HQs. O balão que se liga por uma série de pequenas bolas ou ovais em branco
à imagem do personagem indica que ele está pensando. Desse modo, ao lermos uma
história em quadrinhos, quando um personagem tem um balão desses sobre a
cabeça, é como se estivéssemos lendo, literalmente, o seu pensamento.
Quando o balão tem uma
pontinha desenhada na direção do personagem (em geral voltada para a boca
dele), significa que esse personagem está falando o que aparece escrito no
balão. Quando o balão é cheio de pontas, alguém na história deve estar
gritando.
Existem ainda retângulos
com dizeres no alto de alguns quadrinhos. Eles são chamados de retrancas e
indicam a passagem de algum período de tempo ou fornecem uma informação
adicional sobre o enredo.
LISTA
DE BALÕES DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 2
Os balões são usados nas
histórias em quadrinhos para representar as falas das personagens e seus
pensamentos.
Além disso, o formato do
balão pode esclarecer detalhes não expostos através das palavras e reforçar a
intensidade e significado da fala.
Listamos alguns estilos
diferenciados de balões usados em histórias em quadrinhos e exploramos seus
significados.
BALÃO
DE FALA
Responsável por mostrar a fala
direta da personagem.
BALÃO
DE GRITO
Formato pontiagudo e expansivo,
representa gritos.
BALÃO
DE PENSAMENTO
Formato de nuvem, a “seta” é
representada como uma sequência de “bolhas”, significa os pensamentos da
personagem.
BALÃO
DE COCHICHO/SUSSURRO
Formato pontilhado, usado quando a
personagem cochicha algo, fala baixo.
BALÃO
DE VOZ ROBÓTICA / ELETRÔNICA
Possui traços mais quadrados e com
partes pontiagudas. Representa falas emitidas por meios eletrônicos, como
rádio, telefone, TV, etc.
BALÃO
DE MEDO
Formas tremulas, irregulares.
Representa uma expressão de medo, aterrorizada.
BALÃO
DE FALA ESTRIDENTE
Formato de nuvem, parecido com o
balão de pensamento, mas a sua seta é diferenciada. Enquanto os balões de
pensamento usam uma forma parecida com bolhas, este balão usa a “seta”
convencional. Representa falas agudas, melosas.
BALÃO
DE MÚLTIPLAS FALAS
Balão convencional de fala com
várias “setas”, indicando mais de uma personagem falando a mesma coisa ao mesmo
tempo.
Para se representar a fala do
NARRADOR da história em quadrinhos, usamos os Recordatórios.
São caixas flutuantes que trazem
consigo as falas do Narrador da história, descrevem cenas e passagens de tempo.
Também existem balões que trazem
caracteres diferentes e exprimem sentimentos e falas que não dependem
necessariamente das palavras.
BALÃO
DE SURPRESA
BALÃO
DE SILÊNCIO
BALÃO
DE DÚVIDA
BALÃO
DE IDEIA
Lembre-se, não existem
regras quando o assunto é criar histórias em quadrinhos! Sinta-se livre para
representar suas falas e diálogos, siga o padrão ou crie a sua própria
identidade.
Descubra mais sobre
balões assistindo a este vídeo incrível feito pela Alexandra Presser, se você
curte fazer quadrinhos, este canal vai te ajudar bastante!
<https://escola.britannica.com.br/artigo/história-em-quadrinhos/483286>.
Acesso em: 16 de agosto de 2019.
2) Lista
de Balões em História em Quadrinhos. Web, 2019. Disponível em:
https://craftcomicbooks.com/lista-de-baloes-de-historias-em-quadrinhos/.
Acesso em 16 de agosto de 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário