A convivência familiar é a maior oportunidade para a criança apreender uma formação baseada nos princípios morais e nas virtudes.
Quando a família tem bons princípios de educação, usando
em seu cotidiano formas educadas de lidar uns com os outros, falando num tom de
voz tranquilo e baixo, usando as palavras que traduzem educação e delicadeza,
como dar bom-dia e boa-noite, pedir por favor, agradecer com um muito obrigada,
pedindo licença, dentre várias outras, a criança absorve esses conceitos e os
leva por toda a vida.
Porém, o que vemos são famílias que
deseducam, achando que os meninos não podem aprender boas maneiras, pois isso
comprometerá a sua masculinidade.
Quem não gosta de um homem fino, bem-educado,
que abre a porta do carro para sua namorada ou esposa, que tem a delicadeza de
presentear-lhe com rosas, puxar a cadeira para ela se sentar? O famoso
“gentleman”, tão raro hoje em dia, que na sua masculinidade consegue permanecer
com conceitos que não o comprometem nesse sentido, tornando-o o homem mais
desejado. Mas para que isso aconteça, é necessário que a criança tenha
aprendido a conviver com esses exemplos e conceitos desde muito pequena.
Em algumas famílias é normal que se usem
palavrões como forma de se tratar, pais chamam filhos de burro, porco, mas é
bom lembrá-los que filho de porco só pode ser porquinho, que filho de burro
também é burrinho e que não somos animais para recebermos tratamento como se o
fôssemos, de forma grosseira e pejorativa.
Outra coisa que compromete muito a educação
da criança é quando ela não recebe informações adequadas de higiene, como
limpar o nariz no banheiro, assuando o mesmo e lavando as mãos com água e
sabão, e não tirando as secreções por todos os cantos da casa ou mesmo na rua,
na frente de outras pessoas.
Comum também é ver a família rindo, se
divertindo quando a criança está com flatos, soltando seus gases em qualquer
lugar, na frente de qualquer um. É claro que a criança muito pequena demora
certo tempo para conseguir controlá-los, mas por volta dos dois anos, quando já
consegue fazer o controle dos esfíncteres, esse domínio pode ser aprendido
também, se esse for o exemplo dado pela família. No caso dos arrotos, o bebê
deve praticá-lo sim, para não ter perigo de engasgar com os refluxos, mas, aos
poucos, à medida que cresce, deve deixar o hábito também.
Uma criança pequena consegue
cortar adequadamente o alimento
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Quanto à alimentação, desde pequenas as
crianças conseguem absorver os conceitos de boa etiqueta e, mesmo dentro de
suas limitações ligadas ao desenvolvimento da coordenação motora, são capazes
de mostrar algumas aprendizagens nesse sentido, como segurar a colher e levar
sozinha o alimento à boca, aprendem a cortar corretamente os alimentos e, aos
poucos, isso vai fazendo parte de sua rotina, tornando-se bem fácil.
É bom lembrar que aquilo que se aprende na
infância fica por toda a vida e o que não se aprende quando pequeno fica muito
mais difícil de ser aprendido depois. Um erro comum dos pais é permitir que
crianças façam tudo o que querem e, quando vão crescendo, chegando por volta
dos sete/oito anos, estes iniciam uma cobrança repentina, chegando a bater nos
filhos para corrigi-los. Se tivessem ensinado boas maneiras desde bem
pequeninos isso não aconteceria, não precisariam chegar a tal extremo.
Então, eduquem seus filhos ensinando-lhes as
regras básicas de educação, de boas maneiras e de boa convivência, pois a vida
exige esses conceitos e quem não os tem encontra maiores dificuldades no meio
social.
Texto de Jussara de Barros - Graduada em
Pedagogia - Equipe Brasil Escola
In Portal Brasil Escola <https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/dizer-nao.htm>
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