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sexta-feira, 12 de abril de 2019

BIENAL DO LIVRO RIO ABRE ESPAÇO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES


Inovações em Educação

A 19ª edição do evento, que acontece de 30 de agosto a 8 de setembro, aposta na interação entre educadores e editoras


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radicionalmente, os educadores assumem o papel de mediar e acompanhar a visita dos estudantes em um festival como a Bienal do Livro. No entanto, na 19ª Bienal do Livro Rio, que acontece de 30 de agosto a 8 de setembro, no Riocentro, eles também terão um espaço garantido na programação. Como já realizado em edições passadas, de forma simultânea ao evento, o Fórum de Educação, patrocinado pela Microsoft, irá promover momentos de interação e de formação de professores.
Com a proposta de criar um espaço para aperfeiçoamento profissional, a Bienal organizou uma programação especial para educadores, que inclui palestras, debates e conteúdos inspiracionais. Durante essas atividades, serão compartilhadas inovações, métodos alternativos e boas práticas educacionais.
A curadoria fica por conta de Martha Ribas, Carolina Sanches e Rona Ranning, do LER CONECTA, coletivo que investe na educação cultural de professores, crianças e pais.

A Bienal sempre teve o professor que acompanha as crianças durante a visitação escolar. É uma responsabilidade enorme. A proposta para esse ano é que a Bienal também seja mediadora com o professor”
disse Rona Ranning. Além de uma programação (ainda a ser anunciada) voltada à formação e também à inspiração, a área próxima ao auditório contará com livros especialmente dedicados à educação.
Em 2019, o Fórum de Educação também aposta no “Talk das editoras”, momento em que os professores poderão interagir com os produtores de livros didáticos, dando retorno, avaliações e sugestões para melhorar os materiais que eles utilizam em sala de aula.
Em tempos de rápidas mudanças tecnológicas, o evento também irá estimular o debate sobre como mesclar o ensino tradicional e o inovador, além de apresentar experiências e ferramentas para apoiar o trabalho do professor. “O mercado editorial impresso e a tecnologia precisam ser parceiros, e não como inimigos. Os editores sabem e vivem, como todos nós, a necessidade do diálogo com a tecnologia. Eu não preciso que tudo seja transformado em tela, mas sem a linguagem das telas também não se avança”, avalia Rona.
A Bienal também promete compartilhar tendências da sala de aula, com sessões que tratam o uso da tecnologia de forma lúdica e educacional para os alunos.
Mais informações:





Texto da Redação de: http://porvir.org/bienal-do-livro-rio-abre-espaco-para-formacao-de-professores/

SOLEDADE (RS) SE TORNA CIDADE EDUCADORA



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oledade (RS) é cidade da região norte gaúcha, a aproximadamente 200 quilômetros da capital Porto Alegre. Com vastas áreas rurais e uma topografia rica em pedras preciosas, o pequeno município é também rico em lendas regionais, que preservam a cultura local da cidade centenária.
Leia +: UniverCidade Educadora, em Passo Fundo (RS), dissemina integração entre conhecimento e território
Soledade é também a primeira cidade da região norte gaúcha, e a 16ª brasileira, a entrar para a lista internacional de Cidades Educadoras da AICE (Associação Internacional de Cidades Educadoras). Com o compromisso firmado, o município se propõe a reconhecer e promover seu papel educador na formação integral de seus moradores.
Crianças visitam museu em passeios interdisciplinares
/ Crédito: Prefeitura de Soledade
Ádria Brum de Azambuja, secretária de educação do município e uma das participantes mais ativas no processo de candidatura à lista, comentou o feito: “Estamos contentes e sabemos que é uma imensa responsabilidade a que Soledade assume perante seu contexto municipal e regional. Em uma época de tantos processos de desconstrução de políticas, em que o interior é sempre visto como lugar de mazelas, temos que nos manter eticamente fortalecidos. Que o conhecimento não nos endureça e nos humanize”.
Laura Alfonso, diretora da AICE, complementa: “Soledade é uma cidade que tem compromisso e projetos que pensam no fortalecimento e no aprofundamento do discurso de direitos humanos. A cidade é muito bem-vinda na AICE e tem muito a ensinar e aprender com as outras cidades também”.

Políticas públicas para uma cidade que educa


Foi entre 2013 e 2014, com a formação de uma gestão municipal mais participativa, que as primeiras práticas para uma cidade educadora pululam. Na área de educação, a formação continuada dos educadores do município convidou-os a pensar o que queriam para suas escolas, bairro e cidade.
“O processo de formação continuada tem sido feito de forma muito consistente e reflexiva, o que permitiu ampliar o olhar para além da sala de aula, direcionando-o para as potencialidades territoriais da cidade, como também acolher esse novo interagir entre escola e comunidade”.

O momento de fermentação pedagógica contou com o apoio pedagógico e operacional da Universidade de Passo Fundo (RS). Junto à Faculdade de Educação e a partir da demanda do município, a universidade comunitária ministrou as oficinas com munícipes.
O processo se fortaleceu ainda mais com a criação do programa UniverCidade Educadora, que usa os cursos de extensão como costura entre o conhecimento tecido dentro da universidade e a comunidade que a circula. Em adição a área de educação, o programa também inspirou Soledade a pensar em cultura e mobilidade urbana.
“O processo de formação criou interrogações entre os educadores, gestores e outros segmentos da comunidade. As pessoas começaram a se perguntar: “Nós fazemos o que com e na cidade?” , relembra Eliara Levinski, coordenadora do programa UniverCidade Educadora. “Os encontros ajudaram as pessoas a se sentir mais corresponsáveis no campo da cultura, da educação e do desenvolvimento econômico e social do município”.

Práticas intersetoriais e foco no território


O resultado dos encontros sistêmicos e formação ao longo dos anos – alguns apoiados financeiramente pela própria gestão de Soledade, que subsidiou metade das mensalidades para que educadores pudessem participar de um curso de pós-graduação, – fomentou práticas intersetoriais na cidade.
Na área de educação, Ádria explica: “Temos trabalhado fortemente para que professores e estudantes e a própria comunidade façam um trabalho de reconhecimento e se sintam pertencentes a aquele local, influenciando sua forma de estar”.
A intersetorialidade é determinante “no reconhecimento dos estudantes de si próprios e na ampliação da percepção cultural do próprio sujeito”, como complementa a secretária. Alunos das escolas têm visitado museus, mas também pesquisado e legitimado saberes locais de suas próprias comunidades, trabalhando costumes da área rural e lendas regionais.
“Não podemos, entretanto, ficar ensimesmados. É preciso saber de onde viemos, o que nos constitui e depois abrir as janelas e frestas, enxergar e abraçar outras culturas no sentido do conhecimento e valorização”, arrebata Ádria.

A universidade educadora e seu papel na cidade

Para Eliara, o reconhecimento de Soledade enquanto Cidade Educadora é uma importante legitimação do que acontece quando a universidade trabalha com a sua região: “Historicamente a universidade se enclausura, mas a UPS tem no seu processo essa corresponsabilização com sua cidade e região. Sua identidade pedagógica tem essa história de inserção regional e a extensão universitária é a potência de nos tornar cada mais comprometidos com os territórios”.
A secretaria de educação também endossa que não é possível fazer uma Cidade Educadora se todos os seus atores não estiverem comprometidos e dispostos a trabalhar em rede: “Vejo a perspectiva de uma cidade educadora associada à universidade educadora, possibilitando uma retroalimentação dessas peças”.
Para Marcio Tascheto, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo e ex-coordenador do programa UniverCidade Educadora, a chancela de Cidade Educadora à Soledade pode impulsionar outros territórios próximos, com os quais a universidade também troca conhecimentos, a também se tornarem educativos.
É um efeito dominó. Marau (RS) também está fazendo candidatura, então talvez em dois anos, possamos ter quatro ou cinco cidades, uma rede territorial e uma forma de pensar a universidade como uma grande parceira em pactuar outra forma de ver a cidade”.

22/03/2019 CIDADE EDUCADORA - ESCOLA - POLÍTICAS PÚBLICAS
Texto de Cecília Garcia
Fonte: https://portal.aprendiz.uol.com.br/2019/03/22/soledade-rs-se-torna-cidade-educadora-com-parceria-entre-universidade-e-territorio/